TANGO
Elevam-se mãos
Afagam-se dedos
aconchegam-se corpos
no silencio do movimento
Esvoaça negra ave
Cerra os olhos
E embico de pés, plana
Enlaça-te vá! Aprisiona-te
E em rodopios voa
Gracioso pássaro
Entrelaçados membros
Não te tolhem os movimentos
Desnudam-te
Oscila vá! Contorce-te
E em maravilhadas elipses
Poemas na pista esculpe
Tua dança
Pelo salão galopa
Teu cabelo crinas ao vento
Médium-na-te negra ave, vá!
Incorpora frações da passada
E na leveza esfuma-te
Etereamente
Tua imagem captarei
E visões recuperarei
Ao voltar a este Chão
Vasco Patrício
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